Tipos de açúcar

O açúcar é um importante componente da nossa dieta e, dependendo do tipo utilizado, pode conter alguns micronutrientes. Embora deva ser consumido com moderação, o açúcar não precisa ser excluído completamente da alimentação. É importante compreender as principais diferenças entre os diferentes tipos de açúcares disponíveis no mercado para poder fazer a escolha mais adequada, evitando o consumo de apenas “calorias vazias”.

As matérias-primas mais empregadas para produção industrial de açúcar são a cana de açúcar e a beterraba. O açúcar mais utilizado pela população brasileira ainda é o refinado, contudo têm sido observados sinais que evidenciam mudanças nos hábitos alimentares na direção de maior demanda por produtos orgânicos (BORGUINI; TORRES, 2006), incluindo o açúcar.

Atualmente, o consumo de açúcares simples extrapola a recomendação nutricional (até 10% de toda energia ingerida ao dia) em todas as regiões geográficas (urbana e rural) e em todas as classes sociais. Em muitos casos a contribuição energética do açúcar chega próximo de 15%, ou seja, supera em 50% o limite recomendado. Importante resaltar que o consumo excessivo de açúcar está relacionado com o aumento de risco para o desenvolvimento da obesidade e de outras doenças crônicas não transmissíveis como as cardiovasculares, além de cáries dentárias.

A seguir um breve resumo sobre cada tipo de açúcar para que você possa fazer a sua escolha! Adiantamos que em termos calóricos não há diferenças significativas entre os diferentes tipos de açúcar.

Açúcar Mascavo

É um açúcar bruto, escuro e úmido. Ele é extraído depois do cozimento do caldo de cana. Como não passa pelo processo de refinamento, ele conserva cálcio, ferro, magnésio, potássio e outros sais minerais. Possui gosto parecido com caldo de cana. Comparativamente, o açúcar mascavo difere do açúcar de mesa (refinado), principalmente, pela sua coloração escura, pelo sabor característico e pelo maior conteúdo de sais minerais (RODRIGUES et al., 1998).

Açúcar Demerara

É retirado diretamente do melado de cana. Possui coloração mais clara que o açúcar mascavo e cristais úmidos ou transparentes. Não sofre lavagens ou processos de purificação e não contêm aditivos químicos. Semelhante ao açúcar mascavo apresenta maiores quantidades de sais minerais que o açúcar refinado.

Açúcar Cristal

Apresenta coloração esbranquiçada com cristais grandes e transparentes. Durante sua produção, o caldo de cana passa por processos de purificação, evaporação, cristalização, centrifugação e secagem. A partir do açúcar cristal são produzidos o açúcar refinado e o de confeiteiro. Embora seja um pouco menos processado que o refinado e o de confeiteiro, este açúcar não apresenta vantagens em relação ao teor de sais minerais.

Açúcar refinado

É obtido a partir do açúcar cristal. O processo de refinação do açúcar tem início com a dissolução do açúcar cristal, passando em seguida por etapas de clarificação e filtração. O processo de refinamento promove a remoção de vitaminas e minerais, restando apenas sacarose.

10 dicas para reduzir o consumo do açúcar de mesa:

1- Evite beber refrigerantes, sucos industrializados, guaraná natural e outras bebidas que apresentam alto teor de açúcar.

2- Reduza o consumo de alimentos processados ou ultraprocessados e priorize os alimentos naturais.

3- Evite consumir doces e alimentos açucarados.

4- Dê preferência a alimentos integrais, eles apresentam maior quantidade de fibras.

5- Fique alerto aos rótulos dos alimentos, leia os ingredientes utilizados, eles aparecem em ordem decrescente.

6- Entre as refeições principais (desjejum, almoço e jantar) faça pequenos lanches contendo frutas, cereais e laticínios.

7- Evite adoçar alimentos que já contem açúcar como sucos industrializados e achocolatados.

8- Substitua o açúcar de mesa por açúcar mascavo, mel ou melado de cana.

9- Caso substitua o açúcar por adoçante artificial, evite o consumo excessivo e faça uso moderado de produtos diet e/ou light que muitas vezes contêm esses edulcorantes. Lembre-se que existem limites de ingestão para tais substâncias que podem ser ultrapassados facilmente.

10- Procure apreciar melhor o sabor natural dos alimentos! Adapte seu paladar, utilize o mínimo possível de açúcar.

Atenção! Conforme destacado no novo Guia alimentar para a população brasileira (BRASIL, 2014), desde que sejam utilizados com moderação em preparações culinárias com base em alimentos in natura ou minimamente processados, o açúcar, o sal, os óleos e as gorduras contribuem para diversificar e tornar a alimentação mais saborosa, sem comprometer os aspectos nutricionais.

Para estimular você a experimentar outros tipos de açúcar em substituição ao refinado em suas preparações culinárias sugerimos uma receita de biscoitos de canela com açúcar mascavo que, além de utilizar esta versão mais saudável de açúcar, é feita com uma mistura de farinha refinada e integral.

Biscoitos de canela com açúcar mascavo

Ingredientes

  • 1 colher de chá de fermento em pó
  • 1 ovo
  • 1 colher de chá de canela em pó
  • 1 pitada de sal
  • 1 xícaras de chá de farinha de trigo comum
  • 1 xícara de chá de farinha de trigo integral
  • 1/2 xícara de chá de manteiga em temperatura ambiente
  • 3/4 de xícara de chá de açúcar mascavo peneirado
  • 2 colheres de chá de canela em pó para decorar

Modo de preparo:

  • Bata a manteiga com o açúcar mascavo, acrescente ovo e misture bem;
  • Retire da batedeira, junte a farinha de trigo peneirada com o fermento em pó, canela e sal e mexa até que fique uma massa homogênea;
  • Faça bolinhas com a massa e coloque numa forma untada e enfarinhada;
  • Com um garfo, achate cada bolinha e leve ao forno médio, pré-aquecido por 10 minutos;
  • Ainda quente, polvilhe com canela em pó.

*Texto elaborado por Kinberly Alves F. Rodrigues  (Aluna do curso de graduação em Nutrição da UFRJ e Bolsista do LANUTRI) e revisado pelas Nutricionistas do LANUTRI.

Bibliografia

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.

Guia alimentar para a população brasileira / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.

BORGUINI, R.; TORRES, E. A. F. S. Alimentos orgânicos: qualidade nutritiva e segurança do alimento. Seg. Aliment. Nutr. , v. 13, p. 64-75, 2006.

CLARKE, M. A. Sistemas para a produção de açúcar branco. Revista Stab, vol. 15, nº 3, 1997.

Rodrigues, R.S.; Galli, D.C.; Machado, M.R.G. Comparação entre seis marcas de açúcar mascavo. In: Congresso Latino-americano de Engenharia Rural, 1, 1998. Anais… La Plata: Universidad de La Plata, 1998.